domingo, 15 de maio de 2016

Fliperama de shopping

Muitas vezes o fliperama de um shopping o lugar mais legal quando você sai com seus pais, amigos, primos etc. Esse também pode ser o lugar mais caro que pode existir em algum shopping porque vai jogando, perdendo o jogo, jogando, ganhando cinco tickets que no final só darão para comprar uma balinha de uma marca tão ruim que você nem sente o gosto da bala na sua boca. Quando você percebe você já gastou por volta de cinquenta reais (isso são duas mesadas gastas em jogos em uma hora).
Entro eu no fliperama, uma criança de sete anos e meio acompanhada da mãe.  Logo quando eu chego pego a fila para carregar meu cartão com vinte reais (minha mãe só me deixou gastar vinte reais nesse dia). Eu jogo primeiro os jogos de corrida que no caso só têm de carro que pra mim são divertidos, mas muito repetitivos porque são sempre jogos de carro e não tem outro.
 Depois jogo só jogos que se podem ganhar tickets, desses jogos comecei com basquete que é muito legal e sempre jogo, mas desta vez só joguei uma porque se não eu ia ter mais dinheiro. Em seguida eu jogo um jogo clássico de bater em um bicho com um bastão, não deveria ter gastado meus créditos nisso, mas gastei porque achei que ia ser legal.
O último jogo que eu jogo porque minha mãe queria ir embora. Nesse jogo você tem que tentar apertar o botão quando uma luz que pisca muito rapidamente em várias “casinhas” estiver com a luz acesa na “casinha” especial, se você conseguir você ganha uma grande quantidade de tickets. Aperto botão uma vez, a luz para muito longe, aperto o botão pela segunda vem e cai exatamente na “casinha” especial, fico muito feliz, pego os tickets dobro e minha mãe junta com os tickets ganhos em outras máquinas.
Minha mãe entra em uma fila para colocar os tickets no cartão e ela me deixa jogar mais algum jogo com os três reais restantes. Com esses três reias eu uso para jogar o jogo da garra, aquele outro clássico jogo em que se tem que tentar agarrar um bicho, um jogo ou um aparelho eletrônico com uma garra e esse jogo por mais que pareça fácil é muito difícil. Tento colocar a garra exatamente em cima do bicho que quero ganhar, aperto o botão para a garra descer e não sei como, mas a garra agarra um bicho de pelúcia e nem acredito. Pego bicho e corro para a direção de minha mãe e mostro a ela o que consegui (era um bicho meio estranho, ele era um bicho criado pela empresa que tem o fliperama porque ele é uma espécie de mascote, independente do bicho que eu tivesse ganhado o que importa é que eu consegui) e ela me olha com e dá um sorriso.

Esse dia eu não esqueço mais. Depois deste dia nunca mais ganhei ou consegui algo com o jogo da “casinha especial” nem no jogo da garra. Lembrarei-me deste dia como dia anti Lei de Murphy mesmo que não tenha sido um dia tão sortudo assim.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Cansado de ser quem eu sou, quadro de avisos

Já estou irritado de sempre ficar no mesmo lugar. Sempre penso o por que da minha existência. Sei que sirvo para as pessoas colocarem o que vai ter na cantina em mim (neste caso é só nisso que eu ajudo a sociedade), mas, além disso, não sirvo para mais nada. Mas que grande invenção eu sou em humanidade, parabéns.
Às dez da manhã o sinal bate, vejo um bando de pessoas descendo as escadas para o andar onde fico para terem seu intervalo de aproximadamente 30 minutos como fazem sempre. A maioria dessas pessoas quando descem a escada vão para o lado oposto de onde fico. As pessoas que vão comprar seu precioso alimento enquanto estão na fila olham para mim (é nessa hora que eu vou saber se o que tem hoje para comer vai agradá-los). As primeiras pessoas que olham para mim ficam com uma cara que eu chamo de cara podia ser melhor que o próprio nome já explica. Vejo que uma pessoa que ficou com a cara não quero comer isso e em seguida essa pessoa sai da fila. Vejo também algumas pessoas que olham para mim e ficam com a cara que bom que tem algo gostoso para comer.
Meio dia e meia uma mulher se aproxima de mim, ela parece estar com um uniforme de trabalho. Ela retira uma tira de mim e coloca outra (o que será que está escrito nestas malditas fitas?), em seguida ela vai embora e só a vejo guardando a fita trocada.
Três e cinco da tarde o sinal bate, um grupo mais jovem do que o outro grupo de pessoas descem as escadas mais parecendo animais para fazer fila para comprar algo para comer. Diferentemente do outro grupo esse faz sempre uma grande fila para comer e chega a perder mais da metade de seu intervalo na fila. Depois que esse grupo vai embora chegam umas crianças, mas todas elas já trazem a sua lancheira e nem pensam em olhar para mim principalmente porque não estou em seu campo de visão (da maioria das crianças).
A última vez no dia em que algumas pessoas olham diretamente a mim é por volta das seis e quinze da tarde que é quando algumas pessoas continuam na escola mesmo que outras pessoas há essa hora já vão embora para fazerem alguma coisa.


Não sei como explicar, mas para mim esta rotina é um dos motivos de eu me perguntar o por que da minha existência, eu não faço quase nada. Poderiam me usar para colocar fotos ou algo do tipo ao invés de me apresentar as comidas do dia (aliás devem ter algumas plaquinhas que estão no mesmo lugar a dois anos)isso é deprimente. Estou esperando o dia em que eu possa ser usado para outra coisa, o dia em que vendam para eu mudar de lugar ou o dia em que mudem a minha cor porque está demorando muito.