quinta-feira, 9 de junho de 2016

Aquele momento

19h, 18/4/2014, passando o feriado da semana santa, eu entro em um barco, voltando para o Rio de janeiro depois de passar um dia na Ilha de Paquetá que tem aproximadamente 4500 habitantes e 1,2 quilômetros ao quadrado de área.
Mas voltando ao assunto, logo quando entro no barco, subo com os meus pais para o andar de cima. Depois de dez minutos com o barco parado para os passageiros embarcarem ele sai da ilha. 19h25min, o barco já indo em linha reta começa a pegar velocidade. Para não ter que ficar uma hora e meia sentada em um banco tendo que puxar assunto com meus pais ou ter que ficar olhando uma paisagem por uma janela que limita a minha visão e que ainda fica na lateral do barco, então eu pergunto a minha mãe se posso ir em uma área no mesmo andar que fica na ponta do barco e, nessa área não tem nem assento, nem cobertura e nem janelas e ela deixa.
19h42min, eu vou para essa área onde, logo quando chego já percebo a diferença de temperatura que, já que está de noite e o barco quando anda provoca uma brisa que pode se tornar vento, deixando essa área bem fria. Esse local é pequeno e como ela fica na parte da frente do barco, tem um formato triangular e para chegar nele existem duas portas pequenas. Entre as portas e também nas laterais, havia divisórias que também serviam para as pessoas sentarem e apoiarem as costas para ver a paisagem.
Por volta de 19h48min uma mulher se levantou depois de ter ficado muito tempo observando a paisagem e tirando fotos. Quando ela se levantou eu sentei para descansar e consequentemente pensar na minha vida (é algo que faço quando estou relaxada e sem nada para fazer).
Depois de um tempinho, eu percebi que me sentia muito diferente das pessoas que também estavam sentadas lá, pois essas pessoas ficavam tirando fotos da paisagem e selfies, enquanto eu apenas observava a paisagem.  As pessoas estavam usando calça e casaco ou estavam cobertas por um cobertor, enquanto eu estava usando um short no joelho, uma camiseta e um tênis com furos e nem tinha celular ou uma câmera para registrar o momento.
Deveria ser mais ou menos 20h quando já podíamos ver a cidade do Rio de Janeiro toda iluminada com mais detalhes e, foi nesse momento que eu vi, uma paisagem divida por duas luzes, as luzes artificiais, que são as da cidade, que tomavam uma parte da minha visão com prédios meio amarelados, e a dos barcos e navios que são vários pontos de luz espalhados pelo mar. E tinha as luzes naturais que são as das estrelas, que para mim contrastavam com o resto da paisagem e eram a parte mais bonita da minha visão.
O mais legal é que não era igual a uma foto que qualquer um vê e acha que sente a mesma coisa que você sentiu quando estava naquele momento.  Nesse momento eu poderia saber muito além do limite de uma câmera e guardar isso na minha memória. Eu fiquei na área até 20h32min que foram dois minutos antes de desembarcar.

Enquanto eu estava literalmente naquela paisagem eu penso nas várias coisas que eu faço toda semana e de como eu ficava cansada e naquela hora eu estava relaxada, sem ninguém para me atrapalhar ou impedir de ficar assim, foi maravilhoso. Então depois desse dia toda vez que mencionam o Rio de Janeiro ao contrário da maioria eu não penso em praia, assalto, Pão de Açúcar ou Cristo Redentor, eu penso naquele momento da minha vida em que eu vi aquela paisagem e se alguém pergunta como era a paisagem eu tento explicar como eu acabei de explicar, mas como eu disse isso é como se a minha descrição fosse uma foto, a pessoa entende o espaço onde eu estava, mas não entende o que eu estava sentindo. 

domingo, 15 de maio de 2016

Fliperama de shopping

Muitas vezes o fliperama de um shopping o lugar mais legal quando você sai com seus pais, amigos, primos etc. Esse também pode ser o lugar mais caro que pode existir em algum shopping porque vai jogando, perdendo o jogo, jogando, ganhando cinco tickets que no final só darão para comprar uma balinha de uma marca tão ruim que você nem sente o gosto da bala na sua boca. Quando você percebe você já gastou por volta de cinquenta reais (isso são duas mesadas gastas em jogos em uma hora).
Entro eu no fliperama, uma criança de sete anos e meio acompanhada da mãe.  Logo quando eu chego pego a fila para carregar meu cartão com vinte reais (minha mãe só me deixou gastar vinte reais nesse dia). Eu jogo primeiro os jogos de corrida que no caso só têm de carro que pra mim são divertidos, mas muito repetitivos porque são sempre jogos de carro e não tem outro.
 Depois jogo só jogos que se podem ganhar tickets, desses jogos comecei com basquete que é muito legal e sempre jogo, mas desta vez só joguei uma porque se não eu ia ter mais dinheiro. Em seguida eu jogo um jogo clássico de bater em um bicho com um bastão, não deveria ter gastado meus créditos nisso, mas gastei porque achei que ia ser legal.
O último jogo que eu jogo porque minha mãe queria ir embora. Nesse jogo você tem que tentar apertar o botão quando uma luz que pisca muito rapidamente em várias “casinhas” estiver com a luz acesa na “casinha” especial, se você conseguir você ganha uma grande quantidade de tickets. Aperto botão uma vez, a luz para muito longe, aperto o botão pela segunda vem e cai exatamente na “casinha” especial, fico muito feliz, pego os tickets dobro e minha mãe junta com os tickets ganhos em outras máquinas.
Minha mãe entra em uma fila para colocar os tickets no cartão e ela me deixa jogar mais algum jogo com os três reais restantes. Com esses três reias eu uso para jogar o jogo da garra, aquele outro clássico jogo em que se tem que tentar agarrar um bicho, um jogo ou um aparelho eletrônico com uma garra e esse jogo por mais que pareça fácil é muito difícil. Tento colocar a garra exatamente em cima do bicho que quero ganhar, aperto o botão para a garra descer e não sei como, mas a garra agarra um bicho de pelúcia e nem acredito. Pego bicho e corro para a direção de minha mãe e mostro a ela o que consegui (era um bicho meio estranho, ele era um bicho criado pela empresa que tem o fliperama porque ele é uma espécie de mascote, independente do bicho que eu tivesse ganhado o que importa é que eu consegui) e ela me olha com e dá um sorriso.

Esse dia eu não esqueço mais. Depois deste dia nunca mais ganhei ou consegui algo com o jogo da “casinha especial” nem no jogo da garra. Lembrarei-me deste dia como dia anti Lei de Murphy mesmo que não tenha sido um dia tão sortudo assim.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Cansado de ser quem eu sou, quadro de avisos

Já estou irritado de sempre ficar no mesmo lugar. Sempre penso o por que da minha existência. Sei que sirvo para as pessoas colocarem o que vai ter na cantina em mim (neste caso é só nisso que eu ajudo a sociedade), mas, além disso, não sirvo para mais nada. Mas que grande invenção eu sou em humanidade, parabéns.
Às dez da manhã o sinal bate, vejo um bando de pessoas descendo as escadas para o andar onde fico para terem seu intervalo de aproximadamente 30 minutos como fazem sempre. A maioria dessas pessoas quando descem a escada vão para o lado oposto de onde fico. As pessoas que vão comprar seu precioso alimento enquanto estão na fila olham para mim (é nessa hora que eu vou saber se o que tem hoje para comer vai agradá-los). As primeiras pessoas que olham para mim ficam com uma cara que eu chamo de cara podia ser melhor que o próprio nome já explica. Vejo que uma pessoa que ficou com a cara não quero comer isso e em seguida essa pessoa sai da fila. Vejo também algumas pessoas que olham para mim e ficam com a cara que bom que tem algo gostoso para comer.
Meio dia e meia uma mulher se aproxima de mim, ela parece estar com um uniforme de trabalho. Ela retira uma tira de mim e coloca outra (o que será que está escrito nestas malditas fitas?), em seguida ela vai embora e só a vejo guardando a fita trocada.
Três e cinco da tarde o sinal bate, um grupo mais jovem do que o outro grupo de pessoas descem as escadas mais parecendo animais para fazer fila para comprar algo para comer. Diferentemente do outro grupo esse faz sempre uma grande fila para comer e chega a perder mais da metade de seu intervalo na fila. Depois que esse grupo vai embora chegam umas crianças, mas todas elas já trazem a sua lancheira e nem pensam em olhar para mim principalmente porque não estou em seu campo de visão (da maioria das crianças).
A última vez no dia em que algumas pessoas olham diretamente a mim é por volta das seis e quinze da tarde que é quando algumas pessoas continuam na escola mesmo que outras pessoas há essa hora já vão embora para fazerem alguma coisa.


Não sei como explicar, mas para mim esta rotina é um dos motivos de eu me perguntar o por que da minha existência, eu não faço quase nada. Poderiam me usar para colocar fotos ou algo do tipo ao invés de me apresentar as comidas do dia (aliás devem ter algumas plaquinhas que estão no mesmo lugar a dois anos)isso é deprimente. Estou esperando o dia em que eu possa ser usado para outra coisa, o dia em que vendam para eu mudar de lugar ou o dia em que mudem a minha cor porque está demorando muito. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Ter ou não ter um amigo


Quem não tem um amigo é quem está a fim de ficar sozinho por muito tempo.  O amigo é uma das pessoas mais importantes e legais que se pode ter na vida.  É difícil ter um amigo que realmente é seu amigo pelo jeito que você é. Você já teve um amigo com quem você nunca conversou, pediu ajuda em um momento difícil, fofocou ou contou coisas que nem todo mundo sabe, você se já teve esse amigo, ele não é o seu amigo.

Quem não tem amigo não sabe o que é amizade. Não sabe o que é poder contar com o outro nas horas mais difíceis. Se você tem um amigo com quem você pode contar a qualquer hora e conversar com você todos os dias, mas você sabe lá no fundo que essa pessoa começou a ser seu amigo para tirar vantagem de você, essa pessoa não é seu amigo.

Não tem amigo quem sai com uma pessoa para fazer qualquer coisa e fica contando o tempo para acabar logo, que não tem uma música, uma piada, um momento, um toque que só seu amigo entende.

Quem não tem amigo não dá valor de ter uma pessoa que no futuro pode ser decisivo em sua vida ao seu lado todo dia. Não tem amigo quem nunca teve um momento que fez os dois passarem vergonha em público, quem nunca chegou e falou disfarçadamente para uma pessoa que outra pessoa próxima ou de um fato que estava fazendo algo muito engraçado, ou usando algo estranho ou qualquer coisa do tipo.

Quem não tem amigo não chama a pessoa para conversar em particular de um jeito que ninguém ouve para falar algo muito importante que pouca gente sabe um aviso ou algumas coisas similares a isso. Uma pessoa que nunca conheceu muito bem o outro no sentido de não saber do que gosta de fazer, do que gosta de comer entre outras coisas porque não quer saber não é um amigo.


Se você quer ter um amigo, tente começar a dizer “Oi” para pessoas de sua classe que você não fala por exemplo.  E depois vai falando mais coisas como “Oi, você fez a lição? O que você está fazendo? Ajuda-me a responder uma dúvida? Quais aulas tempos hoje?”, essas pessoas provavelmente vão começar a te perguntar algumas coisas e assim vai indo.  Também observe atentamente e tente ver se as pessoas com quem você já falava, considerava amigo não tente se afastar de você ou falem frase como “Eu preciso ir a tal lugar...” ou não a lugares que você não gosta de ir ou quando tem que fazer um trabalho em grupo fale “Nós sempre ficamos no mesmo grupo, por que não mudamos para não ficar sempre a mesma coisa.”

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Uma mulher no metrô


Ai que calor. Por que tem que ter tanta gente no metro? Abre logo a porta. O vagão estava lotado, cheio de gente, vários trabalhadores que são obrigados a estar no metro às 6 horas porque até chegar em casa será 8 horas.

Uma criancinha no meio de tanta gente chama atenção. Eu estava na Sé trocando de linha quando vi uma pessoa. Havia uma mulher com roupas super simples, com um gorro que parecia ter umas lantejoulas. Parece que ela nunca ter tido uma boa vida, na verdade ter tido uma vida simples. Ela tinha olhos pretos que quase não dá para ver por causa do gorro, ela tem uma coluna levemente curvada, ela parecia estar muito nervosa.

Enquanto estava subindo a escada e andava no corredor, eu olhava a moça andando, levando uma mala meio grande e andando super devagar.  Parece que ser sua primeira vez na cidade, principalmente porque estava com uma foto de uma mulher ruiva.

Minha mãe começou a me puxar para entrar logo no vagão quando eu vi a mulher que nem dente tinha direito e pela última vez estava olhando em sua foto, quando um homem que ao invés de pedir licença, ele simplesmente a atropela.

Infelizmente eu não pude ajudar porque a porta fechou e minha mãe não ia deixar, mas de qualquer jeito ninguém foi ajudá-la e até hoje tenho dó dessa mulher.